quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Del HIero

Capitulo 4 – Lembranças


[...]
Sombras em minha mente se formam na sua fisionomia
Assustadora, irrevogável
Como um juiz a me sentenciar
Um fantasma em minha mente que tento esquecer
A dor que me causa, não poderá ser regenerada
As paredes pintadas de vermelho com o sangue do meu próprio corpo
Marca e mancha a noite também com a droga que me deram pra que não gritasse
Sem chance de escapar, sem meios de sobreviver
As luzes piscavam, e eu era puxado de volta do buraco do inferno para meu corpo
Por que não me deixam apenas morrer em paz?
Seria mais fácil, mas para eles não teria graça
Eles me querem
Eles me têm
Mas, vão desejar nunca ter me conhecido...

Era como um filme de terror, reviver as cenas mais aterrorizantes que já se passaram por seus olhos. Sem poder escapar, sem poder reagir.
Aquela face a pisá-la e abatê-la no beco antes que pudesse fugir. Malditos. Pagaram com a própria alma.
Del Hiero era colocada no camburão rapidamente e com ela entrava mais um guarda de face nada amigável e bastante forte por sua aparência. A delegacia, era a cerca de meia hora dali, mas eles demoraram pelo menos duas para chegar. Socos, chutes, até mesmo estuprada naquele carro que mais parecia uma carruagem de convite ao inferno, já não podia fazer nada.
Levada ao presídio, foi espancada mais uma vez, e via-se os sinais no rosto da jovem latina. Ao que saia do camburão, a mesma cuspira sangue inúmeras vezes, mas ainda assim dizia a sussurros aos guardas, “Cuidem de suas famílias e de suas reta-guardas, nem mesmo ao sol do meio-dia vocês estarão seguros...”
[...]
Entregues as novas roupas a moça, ela foi levada a um lugar que em nada parecia-se com uma cela. Uma sala cirúrgica? Mas pra que?

— Ahh... Entrem, entrem, amarrem-na na maca e deixem-me trabalhar! — Dizia a voz lunática de um homem de pouca altura, e a face muito enrugada, como se tivessem amassado a mesma como uma folha de papel. Vestia um jaleco branco e tinha um monóculo no olho esquerdo, sem contar com um sorriso empolgado e psicótico em seus lábios finos e inerentes.

— Finalmente vou terminar meu experimento...

Após a frase, ele ria maleficamente, e Del Hiero tentara inutilmente se soltar, mas apenas apanhara mais, o que a deixara entre um desmaio e a consciência. Nada mais ela sabia. Nada mais ela podia entender.
Era deitada na maca e amarrada conforme o minúsculo homem tinha dito aos guardas, que em seguida, deixavam a sala. Uma coisa realmente espessa era injetada na veia da moça que urrara com a dor eminente, mas fora apenas isso. Depois ela entrara num estado onde estava acordada, sentia tudo o que lhe faziam, mas não tinha forças nem mesmo pra gritar.
A operação começara. Seu braço fora serrado na altura do ombro sem misericórdia alguma, e em seguida, um braço mecânico fora posto em seu lugar. Puro aço, e uma estranha liga de ferro. Ele tinha uma grande vantagem para ela, aquele braço podia resistir a oitenta vezes o peso dela, mas ainda assim, não era o seu braço.
Em sua mente, ficara a dor lacerante que quase a enlouquecera, e fizera também depois que passou o efeito da anestesia, ela desferir um poderoso soco entre os olhos do medico louco que o colocara inconsciente.
Acordava com um leve grito de dor e armava o punho olhando para as companheiras de cela, Helga a cutucava com a ponta de uma barra de ferro olhando-a com cara de quem queria muito dormir.
Apenas um sonho, não. Uma péssima lembrança, que faria Eleonora causar apenas mais dor ao mundo que a dera um motivo pra se chamar Del Hiero.

Imagem meramente ilustrativa

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Del Hiero

Capitulo 3 – Cárcere
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Quem imaginaria? Uma assassina daquele nível ser jogada atrás das grades... Era uma coisa quase inédita aos guardas que riam debochadamente para ela, e outros olhavam com perversão de forma a faltar apenas pular sobre a latina e estuprá-la no corredor úmido e imundo que levava as celas do lugar obscuro.
Um lugar deliberadamente sem leis. Onde a sobrevivência manda acima de tudo. Essa era Alcatraz, e Del Hiero não gostava disso.


— Essa é sua cela, nem pense em gracinhas e muito menos que seremos bonzinhos só por que você é bonitinha...


A frase era seguida por uma risada rasgada na voz repugnante da que parecia ser a diretora do lugar. Uma mulher de cerca de 1,75 metros de altura com um corpo de aerofilista. Apenas se distinguia por uma mulher por ainda parecer ter seios e por suas cólicas menstruais a deixarem vulnerável por poucos segundos.
As barras grossas se fechavam num estranho barulho atrás da moça, soava vagamente como um sinal de carne fresca as outras presidiárias que começavam a surgir das sombras.
O olho esquerdo ainda inchado impedia um pouco que a moça visse o que vinha pela frente, mas ela estava ciente de que não era pequeno. Mas possivelmente fácil de acertar.


— Ora, ora... O que temos aqui?


A voz feminina e grave mais alta que a da moça, fazia Del Hiero tremer por um instante e fechar os punhos instintivamente. Ela não tinha duvidas Beatrice Lounge estava a sua frente.
A estranha mulher nunca fora o que pode se chamar de uma amiga de Eleonora, na verdade, as duas sempre entregavam uma a outra pra policia. Mas Lounge levara a pior da ultima vez, e não estava satisfeita com isso.


— O que quer que seja não é pro seu bico, Lounge...


A segunda voz era ainda mais familiar, e vinha na direção de Del Hiero. Sem duvidas era ela, a mulher enormemente gorda com os cabelos loiros mal cuidados colocados num rabo de cavalo e a tatuagem de um iguana escalando seu ombro esquerdo, e enquanto os passos pesados iam até a recém chegada, o braço direito ia até ela e puxava pela gola até os olhos azuis do formato de olhos de porco com um nariz achatado e longo entre eles.


— Quem diabos te jogou aqui e fez isso com o seu olho, Elle...


— Gostaria de saber também, Helga. E assim que souber, vou mostrar por que tenho o nome de Del Hiero.


A pequena que fora levantada mostrava a mulher enorme o punho de aço que substituirá o seu original assim que chegara a prisão.


— Vai sentir el gosto del hiero....