domingo, 30 de outubro de 2011

O lado escuro da minha mente

Capitulo 2 - Desaparecidos
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Era completamente estranho para Joanne tentar esquecer aquele sonho. Isso é, fora um sonho, não?
Sua concentração fora minada naquele dia com ensolarado de vastas nuvens, mas sem sinal de chuva. Recusara-se a jogar vôlei com as outras meninas e a participar das gincanas da trilha que fora obrigada a fazer, e sempre que um dos monitores perguntava, ela ocultava seus sentimentos e esboçava o falso sorriso que quase sempre convencera a todos de que ela estava bem, e apenas não dormira muito bem. De fato, era esse o seu problema hoje.
Se contar as coisas do cotidiano como nenhuma novidade, aquele dia fora o mais comum possível naquele acampamento. Já não haviam coisas que alguém não pudesse imaginar, e a menos que surgisse um urso e fizesse todos correrem, ela não ficaria muito surpresa.
Não houve lual ou qualquer evento aquela noite, apenas jantar e cama. Os colegas de quarto se sentaram numa pequena roda pra contar histórias, mas Joanne não se sentia muito bem, então resolveu deitar-se, e não custou muito para adormecer como se fosse induzida a isso.
Em poucos segundos, se encontrava no mesmo lugar da noite passada, porem, dessa vez a noite estava mais escura e ainda mais tenebrosa. Lembrando-se de seus passos a noite passada, corria para o lago fazendo seus passos mais uma vez. Quem sabe não encontraria a pessoa que gritara?
Ao chegar lá, apenas uma pequena criatura estava ali. Agachada mexendo com algumas pedras e um graveto. O que uma criança fazia ali.
A mesma se levantava e olhava para Joanne com um sorriso estranho no rosto. Chegava a ser medonho para aquele menino que aparentava seis anos de idade, usando uma camisa social branca com colete e gravata, e uma bermuda de mesma cor. As meias altas e os sapatos sociais traziam um ar nostálgico do tipo anos trinta a mente de quem o olhasse. Tinha aquela breve pureza e inocência no olhar, mas seu sorriso era maléfico. Fazia um breve sinal chamando Joanne com os dedos e depois começava a correr, e antes que ela pudesse pensar em fazer algo já se via correndo na mesma direção que ele.
O lago era extenso, e sua água parecia uma poça gigante de óleo queimado devido à escuridão densa do mesmo, e para a surpresa da moça, o “rapazinho” começava a corres sobre a água. Joanne ficava pasma por um instante sem poder reagir.
O mesmo parava e a olhava fazendo de novo os sinais para que ela fosse, mas dessa vez ela parara a margem e ficara observando.
O mesmo grito da outra noite cortara o silencio que se fazia no lugar de maneira inóspita, tirando então a atenção dela sobre o garoto, e quando voltara a o olhar, não estava mais lá.
Voltou para a trilha que levava ao lago, e na entrada da mesma, mais uma vez eram visíveis o pano esfarrapado e as marcas de sangue.
Dessa vez, o que a acordara fora um dos monitores batendo na porta como se quisesse derrubá-la. Depois de dados alguns minutos para que se aprontassem, o diretor dera o anuncio. Uma das monitoras estava desaparecida e a única coisa que fora encontrada, foram marcas de sangue e uma parte da sua camiseta. Ao que o diretor os mostrava, Joanne arregalava os olhos e ficava atônita tremendo um pouco. Eram ordenados de não andar pelo local depois do sol se por, e que fossem cuidadosos até que pudessem encontrá-la ou mandá-los de volta para casa.

domingo, 23 de outubro de 2011

O lado escuro da minha mente


 Capitulo 1 — Principio da escuridão.
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Coisas relativamente normais aconteciam no acampamento Hope em todos os verões. Eventualmente, aparecia uma criança nova com receio de tudo e de todos, mas particularmente eram sempre as mesmas com seus pais que as vinham trazendo por volta das duas da tarde, e deixando-os ali para buscar apenas três semanas depois, quando as férias estavam praticamente acabadas.
Aquela espécie de chácara possuía seus dezoito chalés, que abrigava as “crianças” – entre dez e quinze anos – até que fosse a hora de voltar para os seus respectivos lares. O local rodeado por arvores robustas e pouco além delas via-se um lago cristalino que refletia os raios solares sendo impedido apenas por uma espécie de cais com dois botes atracados. E uma imensidão verde a rodea-los de forma que o local ficava literalmente isolado de qualquer espécie de civilização, não fosse pelos fios de energia e telefone passando a cerca de cinco metros do chão e chegando a uma caixa grande de pedra com porta de metal consideravelmente longe dos chalés.
O clima ameno da tarde trazia uma leve brisa morna bastante revigorante, que parecia dar energias para aqueles que chegavam. Inclusive Joanne, que tinha mais o rosto de quem não gostava em nada do lugar. Trazida praticamente a arrasto pelo pai, lá estava à mesma com seu tênis All Star, uma calça jeans esfarrapada com uma corrente mediana ao lado esquerdo sobre a coxa e uma camiseta preta que seguia levemente curta pelas curvas tão tímidas quanto à menina. Seus cabelos enegrecidos, e visivelmente coloridos de tal cor, encobriam sua testa numa pesada cascata de fios deixando seu olhar um pouco inóspito e sombrio. Nos lábios naturalmente avermelhados, não existia um sorriso, ou qualquer expressão de empolgação com o lugar, pelo qual ela corria os olhos e avistava pouco a frente dos chalés a edificação de pedras em nada pequena, mas onde se lia claramente a palavra “diretoria” em sua entrada com letras em amarelo. Algumas mesas de madeira com bancos de tocos a céu aberto era o que ela deduzia ser o refeitório. Um pouco distraída a observar com um pouco de pesar as movimentações dos achegados e dos funcionários, não percebia que o pai se afastava e com o carro já ligado, partia deixando a mesma ali com as malas aos seus pés e reação alguma devido ao efeito das ações de seu pai. Revirava os olhos ao que o mesmo tinha feito, sem deixar ela mesmo tentar argumentar para ser levada de volta, e levava a mão de unhas pouco cuidadas ao bolso da calça. Tirava do mesmo um pedaço de papel impresso com o emblema do acampamento e seguia na direção das pequenas construções onde deveria se instalar junto com os “colegas de quarto”.
O chalé seis parecia um lugar aconchegante com suas beliches alinhadas e as mesas de centro enfeitadas com vasos minúsculos. Havia nele, naquele momento apenas três pessoas alem de Joanne. Essas olhavam rapidamente pra ela e a cumprimentavam quase em coro, e ao que arrumavam suas coisas, saiam apressados do lugar.
A tarde não demorava a cair e menos ainda a escuridão da noite a tomar toda a extensão do lugar forrando um belo cobertor de estrelas sobre eles. Os relógios marcavam cerca de dez horas quando todos foram mandados aos seus dormitórios, já que no dia seguinte, teriam uma série de atividades campistas. Os monitores tratavam de colocá-los rapidamente em seus aposentos e fazerem as rápidas vigílias antes de irem aos seus também.
Dos outros em seu quarto – dois meninos e outra menina – estavam todos bastante eufóricos com o dia seguinte, já que fariam uma trilha, e segundo alguns boatos, haviam algumas premiações por pequenas gincanas que eram feitas durante a mesma. Suas empolgações eram tantas que eles se forçavam a dormir deixando o silencio e a escuridão invadir o mesmo em poucos minutos, de forma que a única fonte de luz era a que vinha da lua crescente lá fora, a passar pela janela e repousar sobre as coxas da mesma cobertas por um lençol azul claro. Os olhos cor de âmbar da mesma praticamente lutavam contra o sono que vinha a lhe derrubar fazendo sua cabeça pender para frente vez ou outra, até que a mesma se rendia e deitava-se sobre aquele travesseiro bastante macio.
A escuridão de dentro dos olhos de Joanne era como um mundo perdido dentro de sua mente, um mundo onde nunca se sabia o que esperar.
Aquele acampamento a noite era mais medonho do que parecia, e o vento esvoaçava os cabelos negros da mesma de forma que também o fazia com os galhos das arvores, farfalhando suas folhas e deixando um estranho sussurro no ar. As formas iluminadas apenas pelo luar também deixavam tudo um pouco mais  inóspito para aqueles que eram acostumados a iluminação das ruas  o conforto de suas casas, mas tudo isso a fazia pensar. Como tinha chegado ali fora?
Um grito estridente e agônico quebrava o silencio levando imediatamente a menina a arregalar os olhos e procurar de onde aquilo viera. Uma tremedeira de excitação, medo e curiosidade percorria o corpo da mesma seguido de um arrepio enquanto ela voltava a caminhar cuidadosamente na direção provável do grito.
Joanne atravessava a trilha que se fazia entre as arvores chegando próximo ao cais encontrava no chão o que parecia com parte de uma das camisetas dos monitores totalmente destruída e com um liquido espesso a se empossar sob a mesma. Ao que a moça pegava o mesmo, o cheiro deixava-a ainda mais assustada. Era sangue sem sombra de duvidas, e não estava apenas ali, havia mais por uma linha que se extendia pela margem, e depois apenas pequenos resquícios, como se gotejasse.
O vento agora soprava mais forte e seus sussurros se tornavam mais vivos, e a cada segundo mais intensos, mais gritantes, mais claros. Chamavam então pelo nome dela.
A menina abria seus olhos então com sua colega de quarto sobre ela a sacudindo.
— Levante-se, ou vai se atrasar no primeiro dia... Vamos lá, vai ser legal.
O que fora aquilo tudo? O lugar a incomodava tanto assim para ter pesadelos?
Poucas respostas, ou melhor, nenhuma resposta para muitas perguntas. Mas a mesma deixava um pouco de lado as coisas e começava a se arrumar. Aquele dia tinha algo a mais a esperar pela mesma.

domingo, 14 de agosto de 2011

Mizuryuu no Eros

Capitulo 1 — Lembranças de um dia agitado.
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Um dia como outro qualquer, ao que podemos ver o sol se sobressair por entre as nuvens de um novo dia. Algo incomparável como a beleza de um céu resplandecente irradiando a paz e o descanso de noites bem dormidas e um pouco de sonhos bons. O cheiro das plantas rasteiras em conjunto com o orvalho gelado daquelas terras, causava certo conforto para aqueles que se levantavam junto com o sol que banhava de dourado e púrpura o céu que antes era de um imenso negro pontilhado de pequenas estrelas num azulado luminoso.
Era tudo imensamente lindo nesse momento, principalmente aos olhos daquele rapaz, que retornava ao único lugar que poderia chamar realmente de casa. Caminhava a passos lentos e largos, também visivelmente cansados da longa viagem e não podia evitar uma breve parada sobre uma pedra onde também encontrou algumas ervas aromáticas, e as degustou a fim de enganar o estomago enquanto não voltava. Imerso em seu manto e capuz de cor azul marinho, apenas com um detalhe em prata no centro do peito, o jovem recordava-se dos ocorridos da noite anterior, e o sono vinha lhe afagar os olhos até fazê-lo cochilar recostado nas paredes de pedra parcialmente congelada devido à noite fria.
Voltar para aquele lugar era de maneira estonteante uma coisa desagradável. Primeiro por estar a doze horas de viagem de qualquer lugar que conhecesse, e outra por saber o que havia ali. Os sentimentos de culpa no coração do rapaz o apertavam e se faziam lembretes do que ele deveria fazer e porque deveria.
A estrada íngreme e úmida levava a uma gruta no sopé de uma montanha, onde os moradores receavam e tampouco ousavam passar perto por dizer ser assombrada por um fantasma, mas como todos sabemos, fantasmas não existem. Ou será que existem?
Não importava para aquele jovem de cabelos dourados e o olhar azul assassino como a fera que era símbolo de onde viera. Um dragão.
Fosse o que estivesse ali, teria seu fim. Já que era pago para tal coisa e ainda tinha a promessa que fizera a mãe e a irmã antes de ser separado das mesmas.
Mantinha o passo apressado para dentro do local, e adentrava a gruta tão temida. A principio era apenas um corredor de pedra de uns quatro metros de largura por seis de altura, e seu teto apinhado de estalactites. Depois de um tempo caminhando, sentia-se um breve cheiro de flores trazido por uma brisa em conjunto com a sensação de perigo, mas nenhum desses fatos parecia amedrontar o mesmo, que apenas movimentava levemente os dedos fazendo uma leve bruma despencar dos mesmos.
Deparava-se então com uma parede recoberta de desenhos em alto relevo, coisas como pinturas rupestres, porem entalhadas contando alguma história sobre um “senhorio” que era servido naquelas terras. Um símbolo lhe era familiar ali, e levou a palavra “naihiune” a sair dos lábios de Eros de maneira sussurrada. E com um estrondo, como o de metal rachando, a parede começava a se mover, revelando uma escadaria de mármore coberta de estranhos ramos e limo dando um degrade de branco e verde. Desde ali, já era possível sentir a presença avassaladora e malfazeja além do leve queimar sob seu bíceps, confirmando que realmente não havia um fantasma ali, mas um demônio. Se seria um aliado em sua jornada ou seu inimigo, ele mesmo haveria de descobrir.
Descia lentamente ouvindo cada passo ecoar no mármore frio, e ao chegar ao fim dos degraus, iniciava-se a entrada do corredor duramente escuro com apenas sua saída visível ao longe. Apertando os olhos devido à claridade, ele finalmente estava no que parecia ser o centro de tudo aquilo.
Uma câmara arredondada com pilastras grossas a sustentarem suas extremidades. O solo era marcado por sulcos que formavam uma enorme runa deixando o rapaz confuso quanto aquilo. E no centro da sala, via-se a única e mais que suficiente forma de iluminação. Um orifício no teto permitia a entrada da luz do sol deixando a sala escura apenas em seus arredores.
Ao primeiro passo que Eros ousava, a runa se ativava em um tímido brilho esverdeado. Sua visão se turvava e logo ele não mais via nada além da escuridão da sua própria inconsciência.
Via-se ainda no lugar que estava, mas em pé. Seria isso uma ilusão ou sonho? Não saberia dizer ainda, porem nem tudo estava em seu lugar ali. Agora, bem ao centro da sala, era possível ver uma espécie de rosa gigantesca de um vermelho sanguinário, e em seu centro, o corpo de uma mulher da cintura pra cima, com cabelos negros e ondulados. A pele morena e convidativa aos olhos famintos por prazer, e o perfume que era levado para fora do lugar, pôr dessa vez ainda mais intenso. A mesma abria os olhos e repetia as palavras que o rapaz dissera antes junto a porta, e lançava suas videiras sobre o mesmo como chicotes. Não fosse o árduo treinamento de anos a fio, teria sido morto naquele momento, já que as pernas não se moviam. Juntava as mãos de frente ao peito, e recitando algo em um dialeto estranho, juntava as mãos ao peito e lançava uma rajada que parecia ser água sobre a mesma que começava a se congelar. Aos berros, a criatura findava e um clarão tomava a sala.
Despertava no solo com uma rosa vermelha ao seu lado, aquilo com toda certeza era um sinal de que sua missão fora cumprida e de que era hora de voltar.
O sol o forçava a abrir os olhos, vendo que estava na pedra onde se sentara para descansar antes. Num súbito, se levantava e voltava a caminhar, sentindo o estomago reclamar de fome e o resto do corpo de exaustão. Depois de cerca de uma hora a caminhar, podia ouvir os sons da grande cachoeira onde ficava a única escola de magia do lado leste do mundo, também conhecida por escola das águas.
A visão magnífica deixaria o homem que tivesse a mente mais aberta ainda sem reação por ver que a escola se sustentava sobre um enorme gêiser, de maneira que só os que eram selecionados e aceitos ali conseguiriam entrar. Ao ver o mesmo, Eros abria um sorriso singelo ao dizer “Estou de volta”.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Del Hiero

Capitulo 5 – Fuga
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A semana não fora muito agradável na cela escura e úmida. Algumas coisas já estavam quase fora de controle. Na cela à frente, era freqüente a visita de guardas e carcereiros mais robustos que pegavam uma das condenadas e a devolvia depois de dias. Uma fora morta por sinais explícitos de gravidez.
Não ousavam tentar algo na cela de Del Hiero, já que ali estavam apenas as criminosas que deram grandes trabalhos tanto a policia quanto ao FBI.
A fúria da moça ainda se reprimia de pouco em pouco apenas aguardando a hora de caçar e exterminar os que tramaram.
A quietude daquele dia perturbava. De forma que os mais barulhentos estavam inquietos. Eleonora passara o dia deitada na cela olhando pensativa para o teto baixo e com marcas de infiltração.

— Hey, Elle... Em que diabos está pensando aí? — A voz ríspida e grave, mas feminina, era sem duvidas de Helga, a “giganta”.

A moça olhava-a deitada ainda de lado pouco expressiva. Se sentava  e nada dizia, apenas abria um sorriso cético e desanimado fazendo Helga se irritar e lhe agarrar um dos braços num sacolejo.

— Não me faça essa cara de poucos amigos e esse sorriso falso, me diga de uma vez o que há com você.

Del Hiero sorria novamente e soltava a mão enorme de seu braço e dizia em tom de traquinagem e dando palmadinhas no abraço da mesma. — Vai saber na hora certa, vai gostar e vai me agradecer.
Helga dava um passo preocupado pra trás, sabia que ela estava tramando algo gigantesco, do contrario, só falaria assim com ela se fosse matá-la em menos de dez minutos. Mas a morte não era algo que preocupasse aquele monstro russo com corpo de mulher obesa e força pra derrubar um touro com os braços.
[...]
A tarde passava novamente em “silencio” e a noite finalmente caia. E nessa hora, Del Hiero começava a recrutar suas companheiras para executar seu plano.
Vinte e três horas. O ultimo guarda passava pelas celas para ver se estava tudo normal. O único erro desse homem, fora confiar que tudo estaria como sempre. Braços o agarravam quando se aproximava da cela com a lanterna e o forçavam contra as grades, não demorara muito para ele desmaiar.
Helga tratava de esmigalhar as grades com uma das beliches abrindo caminho para que todas saíssem. Isso não fazia muito sentido, e fazia todas pensarem em porque ela nunca fizera isso antes? A resposta era simples. E era só olhar pra cima para ver que um atirador esperava pela saída dela.
Por mais que ela fosse forte, ainda era humana, e não era rápida o suficiente pra desviar de um tiro de um M4A1 a trinta metros de distancia. Del Hiero saia segundos antes da giganta e assim que sentia o perigo próximo, entrava na frente da mesma escalando seu corpo e protegendo o rosto dela com o braço. Corriam.
O atirador, ainda surpreso se confundia ao reengatilhar a arma, o que deu tempo as mesmas para derrubarem mais um portão. O do pátio.
Alarmes, luzes e mais tiros zunindo pelos ouvidos das fugitivas. Nada disso foi o suficiente para pará-las.
Foi apenas uma questão de poucos minutos para que Del Hiero sentisse em sua língua o inicio de sua vingança e sorrisse talvez pela ultima vez de felicidade verdadeira.  Se ocultava em um bosque próximo, e depois tratava de dar fim a um infeliz e roubar seu carro, voltando rapidamente assim para o único lugar que se lembrava seguro e com a única pessoa que ela chamava de família por ser do mesmo pais que ela. O PUB.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Del HIero

Capitulo 4 – Lembranças


[...]
Sombras em minha mente se formam na sua fisionomia
Assustadora, irrevogável
Como um juiz a me sentenciar
Um fantasma em minha mente que tento esquecer
A dor que me causa, não poderá ser regenerada
As paredes pintadas de vermelho com o sangue do meu próprio corpo
Marca e mancha a noite também com a droga que me deram pra que não gritasse
Sem chance de escapar, sem meios de sobreviver
As luzes piscavam, e eu era puxado de volta do buraco do inferno para meu corpo
Por que não me deixam apenas morrer em paz?
Seria mais fácil, mas para eles não teria graça
Eles me querem
Eles me têm
Mas, vão desejar nunca ter me conhecido...

Era como um filme de terror, reviver as cenas mais aterrorizantes que já se passaram por seus olhos. Sem poder escapar, sem poder reagir.
Aquela face a pisá-la e abatê-la no beco antes que pudesse fugir. Malditos. Pagaram com a própria alma.
Del Hiero era colocada no camburão rapidamente e com ela entrava mais um guarda de face nada amigável e bastante forte por sua aparência. A delegacia, era a cerca de meia hora dali, mas eles demoraram pelo menos duas para chegar. Socos, chutes, até mesmo estuprada naquele carro que mais parecia uma carruagem de convite ao inferno, já não podia fazer nada.
Levada ao presídio, foi espancada mais uma vez, e via-se os sinais no rosto da jovem latina. Ao que saia do camburão, a mesma cuspira sangue inúmeras vezes, mas ainda assim dizia a sussurros aos guardas, “Cuidem de suas famílias e de suas reta-guardas, nem mesmo ao sol do meio-dia vocês estarão seguros...”
[...]
Entregues as novas roupas a moça, ela foi levada a um lugar que em nada parecia-se com uma cela. Uma sala cirúrgica? Mas pra que?

— Ahh... Entrem, entrem, amarrem-na na maca e deixem-me trabalhar! — Dizia a voz lunática de um homem de pouca altura, e a face muito enrugada, como se tivessem amassado a mesma como uma folha de papel. Vestia um jaleco branco e tinha um monóculo no olho esquerdo, sem contar com um sorriso empolgado e psicótico em seus lábios finos e inerentes.

— Finalmente vou terminar meu experimento...

Após a frase, ele ria maleficamente, e Del Hiero tentara inutilmente se soltar, mas apenas apanhara mais, o que a deixara entre um desmaio e a consciência. Nada mais ela sabia. Nada mais ela podia entender.
Era deitada na maca e amarrada conforme o minúsculo homem tinha dito aos guardas, que em seguida, deixavam a sala. Uma coisa realmente espessa era injetada na veia da moça que urrara com a dor eminente, mas fora apenas isso. Depois ela entrara num estado onde estava acordada, sentia tudo o que lhe faziam, mas não tinha forças nem mesmo pra gritar.
A operação começara. Seu braço fora serrado na altura do ombro sem misericórdia alguma, e em seguida, um braço mecânico fora posto em seu lugar. Puro aço, e uma estranha liga de ferro. Ele tinha uma grande vantagem para ela, aquele braço podia resistir a oitenta vezes o peso dela, mas ainda assim, não era o seu braço.
Em sua mente, ficara a dor lacerante que quase a enlouquecera, e fizera também depois que passou o efeito da anestesia, ela desferir um poderoso soco entre os olhos do medico louco que o colocara inconsciente.
Acordava com um leve grito de dor e armava o punho olhando para as companheiras de cela, Helga a cutucava com a ponta de uma barra de ferro olhando-a com cara de quem queria muito dormir.
Apenas um sonho, não. Uma péssima lembrança, que faria Eleonora causar apenas mais dor ao mundo que a dera um motivo pra se chamar Del Hiero.

Imagem meramente ilustrativa

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Del Hiero

Capitulo 3 – Cárcere
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Quem imaginaria? Uma assassina daquele nível ser jogada atrás das grades... Era uma coisa quase inédita aos guardas que riam debochadamente para ela, e outros olhavam com perversão de forma a faltar apenas pular sobre a latina e estuprá-la no corredor úmido e imundo que levava as celas do lugar obscuro.
Um lugar deliberadamente sem leis. Onde a sobrevivência manda acima de tudo. Essa era Alcatraz, e Del Hiero não gostava disso.


— Essa é sua cela, nem pense em gracinhas e muito menos que seremos bonzinhos só por que você é bonitinha...


A frase era seguida por uma risada rasgada na voz repugnante da que parecia ser a diretora do lugar. Uma mulher de cerca de 1,75 metros de altura com um corpo de aerofilista. Apenas se distinguia por uma mulher por ainda parecer ter seios e por suas cólicas menstruais a deixarem vulnerável por poucos segundos.
As barras grossas se fechavam num estranho barulho atrás da moça, soava vagamente como um sinal de carne fresca as outras presidiárias que começavam a surgir das sombras.
O olho esquerdo ainda inchado impedia um pouco que a moça visse o que vinha pela frente, mas ela estava ciente de que não era pequeno. Mas possivelmente fácil de acertar.


— Ora, ora... O que temos aqui?


A voz feminina e grave mais alta que a da moça, fazia Del Hiero tremer por um instante e fechar os punhos instintivamente. Ela não tinha duvidas Beatrice Lounge estava a sua frente.
A estranha mulher nunca fora o que pode se chamar de uma amiga de Eleonora, na verdade, as duas sempre entregavam uma a outra pra policia. Mas Lounge levara a pior da ultima vez, e não estava satisfeita com isso.


— O que quer que seja não é pro seu bico, Lounge...


A segunda voz era ainda mais familiar, e vinha na direção de Del Hiero. Sem duvidas era ela, a mulher enormemente gorda com os cabelos loiros mal cuidados colocados num rabo de cavalo e a tatuagem de um iguana escalando seu ombro esquerdo, e enquanto os passos pesados iam até a recém chegada, o braço direito ia até ela e puxava pela gola até os olhos azuis do formato de olhos de porco com um nariz achatado e longo entre eles.


— Quem diabos te jogou aqui e fez isso com o seu olho, Elle...


— Gostaria de saber também, Helga. E assim que souber, vou mostrar por que tenho o nome de Del Hiero.


A pequena que fora levantada mostrava a mulher enorme o punho de aço que substituirá o seu original assim que chegara a prisão.


— Vai sentir el gosto del hiero....