Capitulo 5 – Fuga
A semana não fora muito agradável na cela escura e úmida. Algumas coisas já estavam quase fora de controle. Na cela à frente, era freqüente a visita de guardas e carcereiros mais robustos que pegavam uma das condenadas e a devolvia depois de dias. Uma fora morta por sinais explícitos de gravidez.
Não ousavam tentar algo na cela de Del Hiero, já que ali estavam apenas as criminosas que deram grandes trabalhos tanto a policia quanto ao FBI.
A fúria da moça ainda se reprimia de pouco em pouco apenas aguardando a hora de caçar e exterminar os que tramaram.
A quietude daquele dia perturbava. De forma que os mais barulhentos estavam inquietos. Eleonora passara o dia deitada na cela olhando pensativa para o teto baixo e com marcas de infiltração.
— Hey, Elle... Em que diabos está pensando aí? — A voz ríspida e grave, mas feminina, era sem duvidas de Helga, a “giganta”.
A moça olhava-a deitada ainda de lado pouco expressiva. Se sentava e nada dizia, apenas abria um sorriso cético e desanimado fazendo Helga se irritar e lhe agarrar um dos braços num sacolejo.
— Não me faça essa cara de poucos amigos e esse sorriso falso, me diga de uma vez o que há com você.
Del Hiero sorria novamente e soltava a mão enorme de seu braço e dizia em tom de traquinagem e dando palmadinhas no abraço da mesma. — Vai saber na hora certa, vai gostar e vai me agradecer.
Helga dava um passo preocupado pra trás, sabia que ela estava tramando algo gigantesco, do contrario, só falaria assim com ela se fosse matá-la em menos de dez minutos. Mas a morte não era algo que preocupasse aquele monstro russo com corpo de mulher obesa e força pra derrubar um touro com os braços.
[...]
A tarde passava novamente em “silencio” e a noite finalmente caia. E nessa hora, Del Hiero começava a recrutar suas companheiras para executar seu plano.
Vinte e três horas. O ultimo guarda passava pelas celas para ver se estava tudo normal. O único erro desse homem, fora confiar que tudo estaria como sempre. Braços o agarravam quando se aproximava da cela com a lanterna e o forçavam contra as grades, não demorara muito para ele desmaiar.
Helga tratava de esmigalhar as grades com uma das beliches abrindo caminho para que todas saíssem. Isso não fazia muito sentido, e fazia todas pensarem em porque ela nunca fizera isso antes? A resposta era simples. E era só olhar pra cima para ver que um atirador esperava pela saída dela.
Por mais que ela fosse forte, ainda era humana, e não era rápida o suficiente pra desviar de um tiro de um M4A1 a trinta metros de distancia. Del Hiero saia segundos antes da giganta e assim que sentia o perigo próximo, entrava na frente da mesma escalando seu corpo e protegendo o rosto dela com o braço. Corriam.
O atirador, ainda surpreso se confundia ao reengatilhar a arma, o que deu tempo as mesmas para derrubarem mais um portão. O do pátio.
Alarmes, luzes e mais tiros zunindo pelos ouvidos das fugitivas. Nada disso foi o suficiente para pará-las.
Foi apenas uma questão de poucos minutos para que Del Hiero sentisse em sua língua o inicio de sua vingança e sorrisse talvez pela ultima vez de felicidade verdadeira. Se ocultava em um bosque próximo, e depois tratava de dar fim a um infeliz e roubar seu carro, voltando rapidamente assim para o único lugar que se lembrava seguro e com a única pessoa que ela chamava de família por ser do mesmo pais que ela. O PUB.
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