quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O médico e o monstro parte 2


Capitulo 2 - A chegada de ajuda

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Licantropia... Um mal que assolou os tempos medievais. Não se sabe ao certo quando surgiu ou quando se espalhou, mas dizem por aí que se formou com maior massa por volta do século XIV.
Dito que eles existiam, o clero reprimiu os boatos que corriam sobre homens que se transformavam em bestas violentas metade homem, metade lobo. Diziam eles: "O caos reinará e o medo tomara os corações das pessoas se deixarmos que isso tudo se espalhe...".
Mas a verdade que eles ocultaram, levou a morte de varias pessoas e tornou os homens-lobo, lendas.
Da Romênia para o centro da Itália, aonde chegou aos ouvidos da Vossa Santidade, o papa Bonifácio IX. Este se preocupava com os fiéis do catolicismo e enviava as mensagens para que fossem enviados os homens que tanto prezava e que seguiam a serviço das mãos do homem que comandava a igreja. Esses eram tataranetos e descendentes dos chamados Cavaleiros Templários, e tinham orgulho de carregar seu nome e símbolo.
Diferente apenas por poucos aspectos, os bravos guerreiros eram requisitados em casos de pandemia para que ajudassem exploradores com suas buscas e – Quase 70% das vezes – proteger a vida desses de perigos que eles mesmos se enfiavam. Não trajavam as pesadas armaduras como seus antepassados, mas mantinham em seus peitos o estandarte alvo com a cruz rubra. Tinham como suas armas e aliados, suas bestas, suas espadas, as almas implacáveis que herdaram e sua fé.
Eram enviados a península espanhola onde um caso fora encontrado num pequeno vilarejo, um estudioso que procurava pela cura de outro mal – como se esse ainda não fosse o suficiente – a peste negra, que aterrava toda a Europa. O homem chamado Marken Von Fiskan, filho de um alemão com uma espanhola que faleceu ao seu nascimento, fora aprisionado após a sua transformação terminar e o mesmo cair inconsciente. Agora, trancafiado, e ainda com a única peça de roupa que lhe restara, estava ele com as calças em farrapos e preso a correntes pelos pulsos na cadeia do vilarejo sob vigilância constante.
Dentre os Templários, estava aquele que fora aclamado por ser filho do homem caçador de bruxas. Trajava a tradicional camisa branca com uma cruz vermelha no canto do peito, que fazia seu trajeto por toda sua extensão. Sobre essa, usava um sobretudo de couro bastante gasto. Calças compridas e botas de viagem compunham a vestimenta do mesmo, e ainda via-se em sua cabeça o chapéu que fora passado de geração em geração. Em suas mãos, via a outra herança que lhe fora deixada, a besta que foi dada como mais precisa em sua época.
A chegada dos mesmos na tarde de 20 de outubro de aproximadamente 1396 era marcada pela brisa gelada e as folhas secas das arvores a despencarem das arvores. O grupo de cinco homens adentrava o vilarejo vendo a destruição que fora causada pela besta. Marcas de garras na madeira das paredes das casas, janelas despedaçadas, casas em ruínas, telhados derrubados, pessoas tentando levantar novamente seus telhados, sim, a coisa tinha sido catastrófica. Mas parecia que apenas os sonhos e os egos dos moradores haviam sido feridos.
Os recém chegados observavam tudo e comentavam entre si sobre estatísticas do animal que por ali passara, era uma coisa que ainda não tinha sido vista por nenhum deles. Mas sabiam que era grande e forte.
Adiantavam-se até a cadeia para interrogar o prisioneiro, e a cada passo que adentravam mais nas vielas entre casas, sentiam ainda mais o cheiro da morte. A experiência lhes mostrara que era preciso ter cuidado ali, ou simplesmente se afastar de lá o mais rápido possível. Porem, seu juramento sagrado de cumprir as ordens que foram dadas falava mais alto. Enfim estava lá a pequena construção de pedras e uma porta de madeira. Que lugar mais aquele poderia ser?
 Ao abrir as portas da cadeia, Regulo Burkie olhava para o “enjaulado” e prosseguia com as palavras de forma pacifica, mas imponente.


— Vamos... Conte-me tudo.
Marken tentava se lembrar de tudo o que acontecera após ser mordido na noite mais terrível que já tivera em sua vida, mas em vão. Sua memória se perdera assim que a insanidade do animal o deixara.


— Senhores, parece que temos algo que foi esquecido há tempos, algo que foi dado como uma lenda em nossas mãos.... Preparem os virotes de prata e água benta, vamos caçar!


Os homens se olhavam com seriedade, e começavam a sair do local, junto com o sol que deixava o dia.

 Imagem de templario meramente ilustrativa.

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