terça-feira, 19 de outubro de 2010

O médico e o monstro parte 3


Capitulo 3 - Dois já foram, falta um!
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É estranho pensar que uma coisa pode simplesmente ter aparência amigável e confiável, e no segundo seqüente, ela tenta acabar com a sua vida. Simplesmente te lacerar a carne a sangue frio ou pior, usar-te como uma isca.
A sensação de repugnância não para de percorrer seu corpo quanto ao traidor. Nenhum sentimento amigável, nenhum laço existente. Apenas uma coisa em sua mente gélida. Vingança.
O desejo de ter nas mãos a vida daquele que mostrou a você o quão ganancioso e perverso pode ser o ser humano, ou alguém que fosse quase isso.
Pode-se ver depois, o quanto é lamentável o resultado. As lagrimas nos olhos inocentes e o desejo mortal de gerar ainda mais vingança dos próximos do ser. Deve ser por isso, que sempre dizem por aí: “Violência só gera mais violência”. São essas coisas que fazem os corações se tornarem impuros na hora de seus julgamentos, os sentimentos são coisas boas, porem devemos controlá-los de forma a sentirmos, mas não nos deixar dominar...
Passaram-se mais ou menos dois dias realmente CALMOS depois da chegada dos Templários no vilarejo. Isso deveria ser devido ao tempo chuvoso que se formou após o mesmo, impedindo a luz da lua de chegar aos “monstros”, segundo os moradores que sobreviveram e continuavam por ali. Devido à ameaça, por que então não fugiam? A resposta era simples, não tinham pra onde ir! Sua única escolha era sobreviver à ameaça que estava à espreita. Nossos possíveis heróis estavam na estalagem da praça principal. Uma praça realmente bela, e incomum para o tamanho do vilarejo. Tinha cerca de vinte metros de diâmetro e ao centro um chafariz com ornamentos sacros e anjos segurando grandes jarros por onde a água translúcida corria. Acompanhando seu formato circular, ficavam algumas poucas casas, a mercearia, a taverna, a prefeitura, o que parecia ser a delegacia, a cadeia e a estalagem. No circulo também havia postes que iluminavam o lugar à noite, mas que com o tempo chuvoso, permaneciam acesos.
Plantas mais rasteiras como pequenos arbustos e bancos fechavam a arquitetura simples e hospitaleira do local, era realmente uma pena estar quase tudo feito aos pedaços.
Pela janela da estalagem, via-se a luz de uma vela acesa e um homem de barba mal feita usando um chapéu de couro observando a pequena praça como se tivesse um objetivo maior que a missão, já que o homem lobo fora levado da cidade para o vaticano, para que lá pudessem arrumar uma cura para ele.

Concentre-se, Regulo. Olhar pela janela não vai trazer as Bestas aos nossos pés, precisamos de um plano.

O mesmo olhava para o companheiro com ar de repreensão, mas juntava-se a eles no centro do quarto a planejar como poderiam emboscar as criaturas. E não encontravam alternativas a não ser trazer a mesma pro centro da cidade. Isso sem contar que seria um risco muito grande pra cada um deles, mas era preciso.
Depois de alguns minutos, os mesmos decidiam descansar, se revezando em guarda.
Algumas horas depois, a chuva cessava e o céu começava a se abrir, ainda revelando o sol de fim de tarde, diziam-se por ali umas quatro horas da tarde, ou um pouco mais. De qualquer forma, todos eles tinham fome, se sentiam sujos ou tinham outras necessidades imediatas, que tratavam de cumpri-las o mais rápido possível e montavam guarda novamente. Não era de se esperar por menos, mas o tédio os tomava durante algum tempo, afinal, nada que os fizesse agir aparecia. Eventualmente um serviçal ou mesmo o dono da estalagem ia ver como eles estavam e se precisavam de alguma coisa, o que os fazia manter o foco e evitar que adormecessem.
Finalmente, a noite caia lentamente e como precisos caçadores, eles começavam a se posicionar em pontos estratégicos e deixavam próximo ao chafariz, um carneiro morto, ainda sangrando.

Vamos ver quantos deles pegamos hoje Estevam...

Palavras confiantes de Regulo antes de sair da estalagem deixando apenas o homem com o qual falara de tocaia na janela. Os outros eram Albert, que estava nos telhados da prefeitura.
Cassius ficava entre uma casa e a mercearia, escondido sob uma lona em frente a uma caixa. Gabriel, no segundo andar da taverna. Baron se alojava na cadeia com a porta entreaberta. E Regulo se punha nos telhados da delegacia.
A comunicação deles era um tanto falha, já que tinha que se basear em sinais rápidos e pouco precisos. Mas evitavam, procurando se concentrar ao maximo na emboscada. Não demorava muito pra se ouvir um uivo de estremecer os dentes, e lá estava ele. Cerca de dois metros e meio de pura sede de sangue e fúria. Uma verdadeira Besta a abocanhar a carne do carneiro arrancando-lhe grandes talhos.
Os homens se entreolhavam com os virotes com ponta de prata preparados para pegar o estranho monstro.
A saraivada era eminente, e como o mesmo se distraia comendo, eram cinco tiros certeiros, que atingiam o mesmo no pescoço, na perna, nas costas e no peito. Um urro e ele tentava fugir, mas com aqueles ferimentos, ele não ia muito longe com aqueles ferimentos.
Logo ao alcançar a rua, ele caia ofegante e começava a reassumir a forma humana.

Dois já foram, falta um! — Bradava Baron com toda a confiança e excitação por pegar um dos monstros. Mas o mesmo engolia cada palavra ao ver o que tinha abatido, por mais horrível e triste que possa parecer, era apenas um menino de uns treze, catorze anos no maximo.
No dia seguinte os mesmos compareciam ao funeral para prestar suas honras, e jurar que pegariam o monstro que lhe tinha colocado em tal destino.

2 comentários:

  1. Óia, Doug virando escritor, então?

    Bom texto man, e, posta logo o resto. g.g

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  2. Oi Douglas, dei uma passada por aqui, conforme tinha falado. Parabéns pela história, me convenceu a esperar pelos próximos capítulos!
    Taísa

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