sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O médico e o monstro parte 4


Capitulo 4 - Lobos 1 x 1 Templários 

________________________________________________________________________

... De repente, tudo se calava. A inospitalidade da cena mostrava que nada daquilo era um sonho. Para Regulo, mais que um pesadelo... Ver seu amigo morrer de forma tão brutal e tão sorrateira, era como arrancar suas entranhas com as mãos nuas.
Os olhos semi-abertos pelo colapso causado ao ferimento deixavam ainda mais que a fúria interna consumisse os companheiros, mas, o que fora aquilo? Como acontecera? Apenas se via antes os olhos rubro sangue se abrirem e as presas como as de uma pantera se mostrarem em um urro. Do resto, apenas a cena que paralisara os presentes num sentimento em branco e preto.
O sangue correndo pelo chão formando um espelho avermelhado aos próximos, assim como a Besta a frente de todos que ainda mortal, rosnava com a fome tenebrosa nos olhos. Quem os via, deduzia fielmente que a carne dos poucos que estavam no lugar, inclusive o defunto, seriam pouco para a fera.

[...]

 Depois do incidente com o garoto, que tinha o mal da licantropia, os templários foram chamados de volta a Roma. A viagem de cinco dias não era fácil, mas era uma coisa a mando de Vossa Santidade o Papa Bonifácio IX.
Passado o tempo e as poucas dificuldades, inclusive a quase queda de um penhasco, os cinco homens chegavam a Basílica de São Pedro e começavam a procurar pelo cardeal que lhes diria por que foram chamados de volta. O lugar como sempre, deixava Regulo com uma sensação perturbada, como se algo fosse ou estivesse errado ali.
Passos que ecoavam devido ao silencio e ouvidos atentos a tudo, por um acaso, tal silencio levava a entender que era o voto de penitencia por algo.

Dom Basílio já deveria ter aparecido, o que está acontecendo aqui? – Essas eram as palavras sussurradas por Estevam que se lembrava de sempre ser muito bem recebido pelo cardeal. Esse, mal sabia o que lhes esperavam. Afinal, as noticias não eram boas.
Depois de mais alguns passos adentro da enorme basílica, eles podiam observar um homem bastante grisalho, com rugas mais do que profundas. Vestia uma batina totalmente negra com uma espécie de cinto rosa na cintura. Um pequeno gorro da mesma cor do cinto realçava ainda mais a presença do homem com os pequenos olhos azuis como os de uma ave de rapina que se prepara ao bote.
Poderia ser mais alguém do que o homem conhecido como o juiz dos impuros e injustiçados? Definitivamente não. Esse era o apelido mais comum entre os crentes sobre Dom András, o húngaro era o tipo de homem que punha medo em crianças apenas com a sua presença distante.
Independente de quem fosse, ele ainda não conseguia esconder seus sentimentos. A tristeza era aparente em si.
Em poucos minutos ele contava o ocorrido aos recém chegados. O homem que fora trazido a basílica – e que também possuía licantropia – assassinara Dom Basílio. A surpresa era gigante aos templários, eles apenas se retiravam do recinto com as palavras “vamos pega-lo” em suas bocas, mentes e almas.
Sabendo que eles não apareciam à luz do sol, esses homens tratavam de encontrar o meio lobo o mais rápido possível.
Reviraram a basílica e a cidade enquanto o dia corria como o vento, o sol finalmente começava a cair e apenas um lugar restava. A floresta.
Embrenhavam-se lá como cães de caça armados com suas espadas passadas pelas gerações de seus avôs até eles e suas bestas mais que confiáveis, ou quase isso.
Sem que eles percebessem, a noite caia e logo eles precisavam acender tochas pra continuar. A luz da lua passava por entre os galhos serenamente enquanto uma brisa leve farfalhava as folhas das arvores.

— Fiquem atentos... Ele pode estar por aqui.

A voz de Regulo parecia mais pesada a cada passo que davam adentrando a floresta a procura do homem-lobo, até que um uivo descomunal rasgava a noite deixando-os mais alerta.

Hora de brincar... — dizia Baron de forma sorridente esperando pelo monstro. Mas não teria a oportunidade de falar algo mais.
Das trevas, saia o monstro a passos lentos como em uma emboscada, e depois de um forte urro, Baron caia por terra.
Todos se espantavam e ficavam a procurar enquanto Estevam baixava-se para olhá-lo. Mas era tarde, o destino cruel se encarregara de levar a alma do homem. E depois de um suspiro pesado de tristeza e fúria, Regulo dizia em baixo tom, mas o suficiente pra que todos escutassem.

— Não quero rastros de vida desse demônio. Se o encontrarem, não tenham piedade...

Um comentário:

  1. *O* uhuuuuuuuulll ta otimoooooooooooooooo

    bom que isso vai me inspirar para criar a historia da Ryo XD

    ta muito bom, continua a escrever que eu vou acompanhando *3*

    ResponderExcluir